Luz que descortina (Homenagem)

O homenageado da vez é Taiguara, que ainda hoje, consegue transmitir tão lindamente tudo que sinto!

Pena que tantas coisas desagradáveis aconteceram em sua vida na época da ditadura militar, e entre censura (que chegou ao absurdo de proibir 11 músicas de um mesmo disco), cancelamento de show e constantes perseguições, foi obrigado a deixar o país se exilando em vários países. Uma dessas "viagens" foi logo após seu 1º casamento. Embarcou para Londres e só retornou um ano e meio após. Mas trouxe na bagagem mais experiência em estudos e gravações com músicos ingleses, além da maravilhosa notícia que seria pai. Com isso nasceria o disco "Imyra, Tayra, Ipy", em parceria com Hermeto Pascoal.

Imyra foi o nome que Taiguara deu a sua linda filha, que tive o imenso prazer em conhecer, Gheisa, ex-esposa de Taiguara.
pois namorava na época o irmão de

Uma criança doce e de personalidade, hoje uma linda mulher, cantora e compositora. E como sempre acontece, nossas vidas tomam outros rumos e perdemos totalmente o contato com pessoas queridas, mas alguns anos atrás, após postar esse texto no meu antigo blog, recebi um e-mail de Imyra, coisas maravilhosas que a Internet faz acontecer.

Taiguara cantava o "amor", carnal, sensual, assim como por toda a humanidade, com uma perfeição e simplicidade incomparável. Com isso se via nitidamente a influência do socialismo em sua vida, onde o cantado "Cavaleiro da Esperança" era com certeza Luís Carlos Prestes.

Criei essa homenagem com títulos de algumas canções (click nos links pra assistir os vídeos):

Iluminado

"Hoje acordei com gotas de orvalho na pele,
rolando pelo corpo, real,
carne e osso que você tanto amou!
O velho e o novo se confundem
nas luzes da Rua dos Ingleses,
gente humilde passeia alegremente,
piano e viola inebriam minha mente
com a mesma modinha, e na alma
apenas o desejo de dançar, dançar, dançar...

Ver que teu sonho não acabou,
que as crianças cantem livres
e o amor se transforme em paz.
Mas o ser humano falha, é humano.
O momento do amor pode se apagar da lembrança,
se transformar em dor,
tocar na alma como uma serenata do adeus.

Amanda, Marcela, Helena, nomes ao vento...
Poderia ser Maria, Fernanda, Joana,
não importa, a dor é a mesma.
Estou esquecendo você,
fazendo uma verdadeira viagem pra dentro de mim,
só assim eu posso esquecer
que meu universo (é) no teu corpo
e encontrar a paz do meu amor.
Castigo? Não, fim de caso!"

(Civana - 02/03/2004)

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